segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Arrependimento e Esperança


Lamentações ,capítulo 3
Versículos 1,2,8,9,17 a 26,39

Apesar de não se tratar de um livro poético, Lamentações é composto por 5 poemas, cada um constitui um capítulo do livro. Sua autoria é tradicionalmente atribuída ao profeta Jeremias e não há indícios que contrariem tal afirmação.
Foi escrito possivelmente entre 586 e 538 a.C. durante o exílio babilônico; em alguns momentos o livro retrata os lamentos de uma pessoa, em outros somos levados a entender os lamentos de uma comunidade.
Jeremias  é conhecido também como o “profeta chorão”, e quando lemos o capítulo 3 de Lamentações podemos concluir que esse título pode não ser adequado, considerando as aflições vivenciadas pelo profeta e pelo povo de sua época.
O primeiro versículo deste capítulo já nos apresenta motivos suficientes para as “lamentações” do profeta:  “Eu sou o home que viu a aflição pela vara do furor de Deus.”
Durante toda a bíblia vemos relatos sobre os altos e baixos do povo de Israel; momentos em que vivam em comunhão com Deus e momentos em que tanto reis e sacerdotes quanto o povo se deixavam levar pelas culturas dos outros povos, rendiam-se á idolatrias e afastavam-se de Deus.
O cativeiro babilônico é um momento em que Deus castiga seu povo por causa de muitas transgressões, mas não antes de várias advertências; Isaías, Oseias e Jeremias são alguns dos profetas usados por Deus para advertir a nação.
Deus havia escolhido um povo para ser chamado Seu, para ser santo como Ele é Santo; entregou sua Lei a esse povo para que conhecesse Sua vontade, e em Sua soberania deixou esse povo livre para escolher fazer ou não o que era certo, porém chegou um momento em que Ele disse: Basta!
É possível que, muito mais do que pelo sofrimento físico, as lamentações tenham tido causas psicológicas; o povo não foi levado cativo sem motivos. Saber que estavam errados, saber que foram alertados tantas vezes e mesmo assim persistiram no erro, saber que foram avisados sobre o dia em que seriam escravizados por povos estranhos,  mas não acreditaram que esse dia chegaria. Talvez esse fosse o maior motivo de suas lamentações.
Durante um período de tantas dificuldades, um profeta se ergue em nome da nação, lembra-se de tantos sofrimentos e lamenta profundamente por tudo o que está acontecendo.
Ao ler Lamentações, é possível enxergar nitidamente a profunda angústia do profeta, ao ponto de perder a esperança (versículo 18); porém, após esse período de total desespero, ele clama ao Senhor (v. 19) e começa a se lembrar de que Deus é misericordioso, então temos uma das mais belas passagens da Bíblia (v. 22 a 26). Em seguida ele incentiva a busca ao Senhor (v 29), lembra que Deus não tem prazer em castigar seu povo (v32 e 33), apresenta os motivos dos lamentos (v39), incentiva a confissão dos pecados (v40 a 50) e busca lembrar-se das coisas “que podem lhe dar esperança” (v51 a 66).
Podemos traçar um comparativo desse episódio com nossas vidas; Deus nos escolheu, nos ensina sua vontade e nos dá liberdade para escolher fazer ou não o que é certo, e muitas vezes escolhemos deliberadamente fazer o que contraria a Sua vontade.
Às vezes estamos convivendo com aquele “pecadinho de estimação”, e Deus usa pessoas, músicas, palavras, e ás vezes até nos castiga no intuito de nos alertar sobre nossas atitudes, mas não nos arrependemos, como que não acreditando na possibilidade de chegar o dia em que Ele dirá: Basta!
Por vezes, durante momentos difíceis de nossa vida, tendemos a pensar apenas a lamentar e questionar os motivos pelos quais estamos passando por tais dificuldades.
Vamos aprender com os acontecimentos passados, não nos deixemos chegar ao ponto de Deus tirar nossa liberdade de escolha, vamos esquadrinhar nossos corações e buscar o arrependimento enquanto é possível; e que nos momentos de provações não fiquemos apenas lamentando, mas que possamos ter sempre na memória as coisas que podem nos dar esperança.

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