Lamentações
,capítulo 3
Versículos
1,2,8,9,17 a 26,39
Apesar de
não se tratar de um livro poético, Lamentações é composto por 5 poemas, cada um
constitui um capítulo do livro. Sua autoria é tradicionalmente atribuída ao
profeta Jeremias e não há indícios que contrariem tal afirmação.
Foi escrito
possivelmente entre 586 e 538 a.C. durante o exílio babilônico; em alguns
momentos o livro retrata os lamentos de uma pessoa, em outros somos levados a
entender os lamentos de uma comunidade.
Jeremias é conhecido também como o “profeta chorão”, e
quando lemos o capítulo 3 de Lamentações podemos concluir que esse título pode
não ser adequado, considerando as aflições vivenciadas pelo profeta e pelo povo
de sua época.
O primeiro
versículo deste capítulo já nos apresenta motivos suficientes para as
“lamentações” do profeta: “Eu sou o home
que viu a aflição pela vara do furor de Deus.”
Durante toda
a bíblia vemos relatos sobre os altos e baixos do povo de Israel; momentos em
que vivam em comunhão com Deus e momentos em que tanto reis e sacerdotes quanto
o povo se deixavam levar pelas culturas dos outros povos, rendiam-se á
idolatrias e afastavam-se de Deus.
O cativeiro
babilônico é um momento em que Deus castiga seu povo por causa de muitas
transgressões, mas não antes de várias advertências; Isaías, Oseias e Jeremias
são alguns dos profetas usados por Deus para advertir a nação.
Deus havia
escolhido um povo para ser chamado Seu, para ser santo como Ele é Santo;
entregou sua Lei a esse povo para que conhecesse Sua vontade, e em Sua
soberania deixou esse povo livre para escolher fazer ou não o que era certo,
porém chegou um momento em que Ele disse: Basta!
É possível
que, muito mais do que pelo sofrimento físico, as lamentações tenham tido
causas psicológicas; o povo não foi levado cativo sem motivos. Saber que
estavam errados, saber que foram alertados tantas vezes e mesmo assim
persistiram no erro, saber que foram avisados sobre o dia em que seriam
escravizados por povos estranhos, mas
não acreditaram que esse dia chegaria. Talvez esse fosse o maior motivo de suas
lamentações.
Durante um
período de tantas dificuldades, um profeta se ergue em nome da nação, lembra-se
de tantos sofrimentos e lamenta profundamente por tudo o que está acontecendo.
Ao ler
Lamentações, é possível enxergar nitidamente a profunda angústia do profeta, ao
ponto de perder a esperança (versículo 18); porém, após esse período de total
desespero, ele clama ao Senhor (v. 19) e começa a se lembrar de que Deus é
misericordioso, então temos uma das mais belas passagens da Bíblia (v. 22 a
26). Em seguida ele incentiva a busca ao Senhor (v 29), lembra que Deus não tem
prazer em castigar seu povo (v32 e 33), apresenta os motivos dos lamentos
(v39), incentiva a confissão dos pecados (v40 a 50) e busca lembrar-se das
coisas “que podem lhe dar esperança” (v51 a 66).
Podemos
traçar um comparativo desse episódio com nossas vidas; Deus nos escolheu, nos
ensina sua vontade e nos dá liberdade para escolher fazer ou não o que é certo,
e muitas vezes escolhemos deliberadamente fazer o que contraria a Sua vontade.
Às vezes
estamos convivendo com aquele “pecadinho de estimação”, e Deus usa pessoas,
músicas, palavras, e ás vezes até nos castiga no intuito de nos alertar sobre
nossas atitudes, mas não nos arrependemos, como que não acreditando na
possibilidade de chegar o dia em que Ele dirá: Basta!
Por vezes,
durante momentos difíceis de nossa vida, tendemos a pensar apenas a lamentar e
questionar os motivos pelos quais estamos passando por tais dificuldades.
Vamos
aprender com os acontecimentos passados, não nos deixemos chegar ao ponto de
Deus tirar nossa liberdade de escolha, vamos esquadrinhar nossos corações e
buscar o arrependimento enquanto é possível; e que nos momentos de provações
não fiquemos apenas lamentando, mas que possamos ter sempre na memória as
coisas que podem nos dar esperança.
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