sábado, 17 de julho de 2010

Maldiçao hereditária


Texto base – João 9: 1 a 3
Certa vez fui confrontado a respeito de idolatria; a pessoa que conversava comigo pretendia comprovar a legitimidade do culto ou veneração aos santos. Segundo ela, o pregador havia discorrido a respeito do texto apresentado em Números 21: 4 a 9. A argumentação baseava-se na promessa de que Deus é imutável (Sl 102:25 a 27). O ensino é que as pessoas poderiam sim venerar santos e imagens, pois no deserto Deus havia ensinado isso ao orientar a fabricação da serpente de bronze.
O que concluímos é que, separando textos isolados, podemos supostamente embasar ensinos que na verdade não estão na Bíblia; seja por falta de conhecimento ou para argumentar a respeito de idéias particulares para benefício próprio.
O texto que usamos hoje como base nos fala a respeito de um ensinamento que, se não olharmos com cuidado, podemos nos enganar e aceitar como correto; porém é um dos mais equivocados que existem: a Maldição Hereditária.
Na época, a cegueira era comum, de nascença, catarata ou doenças oftalmológicas graves que ainda não tinham cura. A questão é que muitos judeus atribuíam as doenças e necessidades especiais a castigo por pecados cometidos. Havia também a incorreta interpretação de ensinamentos Bíblicos, isolando-se textos de seus contextos e tendo como resultado entendimentos contrários ao que Deus nos passou. Em Êxodo 20:5 Deus fala que é “Deus zeloso, que visita a iniqüidade dos pais nos filhos, até terceira e quarta geração...”; e esse é um dos textos usados para tentar embasar o ensinamento da maldição hereditária. Mas, está certo isso? Podemos mesmo sofrer por erros cometidos por nossos antepassados?
Ao argumentar a respeito das imagens, o citado pregador que entregou a mensagem àquela pessoa não vinculou o ensinamento ao mandamento (Ex. 20:3 a 5 a), também não citou o relato de 2 Reis 18:4.
O mesmo erro acontece referente à maldição hereditária, vejamos o que podemos aprender quanto à esta falsa doutrina:
Os defensores de tal ensinamento dizem que pessoas que vivem problemas de depressão, alcoolismo, dependência de drogas, etc., estão nessa situação por que um antepassado viveu situação semelhante ou praticou esse pecado que é agora transmitido ao seu descendente. Isso é uma mentira e podemos comprovar com os seguintes argumentos:
1 – Deus, ao citar que visita a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração, não está dizendo que castiga os filhos pelos pecados dos pais. Na época as famílias eram diferentes de agora, os filhos viviam com os pais mesmo depois de casar, e os filhos de seus filhos também, formando assim uma grande família vivendo junto com o patriarca. Ora, se o patriarca era idólatra, possivelmente seus descendentes seguiriam seus passos. Visitar a iniqüidade dos pais nos filhos quer dizer que o mesmo pecados dos pais era praticado pelos dos filhos, e Deus castigava tanto os pais quanto os filhos pela mesma categoria de pecado, se assim podemos dizer. Era normal um patriarca ainda estar vivo quando nasciam seus bisnetos, se eles seguissem os pecados de seu bisavô, seriam também castigados.
2 – Maldição não “pega” em cristãos: Ver Gálatas 3:13 e 14 / Números 22: 1 a 6, 12, 23:8
3 – Maldição hereditária nega a culpa individual: Sou culpado pelos meus pecados, não pelos pecados de outras pessoas, parentes ou não (ver Tiago 1:13 a 15 / Ezequiel 18:2 a 4, 20)
4 – Maldição hereditária nega a eficácia da obra de Cristo: A morte e ressurreição de Cristo nos torna novas criaturas (2 Coríntios 5:17), já nos libertou das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor (Colossenses 1:13). Aprendemos em 1ª João 5:18 que somos de Deus e o maligno não pode nos tocar.
Já com estes poucos argumentos podemos ver que não é correto o ensino da existência de uma maldição hereditária.
Tenhamos sempre me mente tudo o que Deus já fez por nós e que somos d’Ele, um Deus bondoso e também justo, que não pesa sua mão sobre filhos por causa de iniqüidades dos pais, e nem mesmo castiga os pais pelos erros de seus filhos; cada um sofre conseqüências de seus próprios atos.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Doentes espirituais


“Et sensi,expertus sum non esse mirum quod paleto non sano poena est et panis, qui sano suavis est, et oculis argris odiosa lux, quai puris amabilis.
(“Senti e experimentei que não é de se admirar que o pão, tão saboroso ao paladar saudável, seja enjoativo ao paladar enfermo, e que a luz, amável aos olhos límpidos, seja odiosa aos olhos doentes.”)
Agostinho
Como é ruim quando a gente fica doente... nada está bom. Se estamos sentados é desconfortável, se deitamos tudo dói, levantar nem sempre é uma tarefa fácil.
Lembro que quando era criança, eu tinha sucessivas crises de amidalite, era terrível; a dor, o desânimo, muitas vezes rompia-se vasos sanguíneos na garganta. E os remédios... amargos, terríveis. Pelo menos quatro dias até começar a melhorar.
Pois é, isso é normal. Quantas pessoas nesse momento estão abatidas por uma enfermidade? Algumas simples, outras sem esperança de cura.
Interessante, como ficamos doentes com tanta facilidade? Por que tantas vezes?
Muitas vezes adoecemos por falta de cuidado. Ficar muito tempo exposto ao sol ou mesmo em baixo do guarda-sol, além das queimaduras, pode provocar insolação (cujos principais sintomas são pele avermelhada, confusão mental, dor de cabeça, desidratação e vômitos). Ficar sem agasalhos em ambientes frios pode causar gripe, dor de garganta, etc.
Outras vezes, ficamos doentes mesmo tomando cuidados necessários. Podemos comer ou beber algo que cause intoxicação, ou a longo prazo doenças mais graves. O simples fato de permanecer em um ambiente com ar condicionado pode nos trazer uma conjuntivite. E como é terrível! Mal conseguimos abrir os olhos, a luz é insuportável!
Mesmo quando estamos doentes, além dos medicamentos, precisamos nos alimentar; mas não é fácil! Tudo tem um gosto horrível, nossa vontade é ficar bem longe de qualquer comida... mas é necessário. Quem nunca se recusou a se alimentar quando estava doente? E alguns são muito resistentes, e acabam nem comendo mesmo. Seguindo nossa linha de raciocínio, o que acontece se a pessoa doente não se alimentar? Fatalmente ela vai enfraquecer, tanto que pode chegar á morte. Porém, mesmo se a pessoa recusar-se a se alimentar, mas alguém tomar providências, pode curá-la; então, depois de curada, a pessoa vai se sentir tão bem que não vai querer ficar doente de novo.
Mas tudo isso refere-se a enfermidades do corpo. E espiritualmente, é possível ficar ou estar doente?
Posso afirmar que sim! Vejamos: Co 11:30
Está claro que o contexto é a Ceia do Senhor, mas aqui temos pessoas doentes espiritualmente, e dentro da igreja! Mas a normalidade de pessoas doentes espiritualmente é absurdamente maior fora da igreja. E, como doentes físicos, eles também não querem saber de comida. Opa, comida para o espírito? Sim! MT 4:4.
No contexto, esta citação de Jesus refere-se ao sustento do povo no deserto, mas podemos concluir que alimento para nosso espírito é a Palavra de deus.
E os doentes realmente têm aversão, não é? Constantemente passamos por momentos que, ao falar de deus, as pessoas riem, escarnecem, recusam, ou simplesmente viram as costas e saem.como disse Agostinho, o pão é enjoativo (João 6:35). Têm seus olhos espirituais doentes, e não suportam a luz (João 3:19 a 21) Estão doentes, não querem se alimentar, não querem a cura e acabarão morrendo. Porém muito pior que a morte física, é a morte espiritual.
E tem solução? Essa doença que assola o mundo, tem remédio?
Sim! E nós recebemos a cura, Deus nos concede a cura! E o remédio já está pago, mas não foi barato. Aliás, foi o preço mai alto cobrado. Alto, porém justo (Is 52:13 a 53:12).
O que acontece para muitas vezes nos esquecermos disso? Esquecermos que recebemos gratuitamente algo tão valioso? Nós, que antes éramos contados com a escória do mundo, hoje somos renovados! Voltamos a ser a “coroa da criação”, recebemos a reconciliação!
Não podemos nos esquecer que nossa natureza é abominável, mas também não devemos deixar de lado a certeza que os méritos de cristo superam tudo! Somos novas criaturas, curados, saudáveis, refletindo a Luz, a mais maravilhosa luz que pode existir, a luz do nosso Deus!